Ir para o conteúdo
professor-deveza
deveza01
  • Sobre
  • Material Didático
    • História da Arte
    • História Contemporânea
    • História da América
    • História do Socialismo
    • Ensino Médio e Enem
    • Ensino Fundamental 2
  • Devezada
    • Chlau Deveza
    • Raul Deveza

Repositório pessoal de História e materiais didáticos organizados por Felipe Deveza

deveza02
  • Sobre
  • Material Didático
    • História da Arte
    • História Contemporânea
    • História da América
    • História do Socialismo
    • Ensino Médio e Enem
    • Ensino Fundamental 2
  • Devezada
    • Chlau Deveza
    • Raul Deveza

Repositório pessoal de História e materiais didáticos organizados por Felipe Deveza

professor-deveza
  • Sobre
  • Material Didático
    • História da Arte
    • História Contemporânea
    • História da América
    • História do Socialismo
    • Ensino Médio e Enem
    • Ensino Fundamental 2
  • Devezada
    • Chlau Deveza
    • Raul Deveza

Repositório pessoal de História e materiais didáticos organizados
por Felipe Deveza

Palavras chave

Categorias

Total Results

Texto não encontrado

Todos os resultados
  • agosto 25, 2024
  • Felipe Deveza

As Aventuras do Bom Soldado Švejk, o cotidiano da Primeira Guerra Mundial

As Aventuras do Bom Soldado Švejk, Jaroslav Hašek, escrito por  é o romance Tcheco mais traduzido da história, considerado como o primeiro romance antiguerra. As histórias contadas no livro estão muito bem descritas pela nota do tradutor, Luís Carlos Cabral:

“Jaroslav Hašek, nascido em Praga, viveu pouco, de 1883 a 1923, e fez muito. Trabalhou em farmácia, banco, foi comerciante de cães, fundou um partido político — o Partido do Progresso Moderado Dentro dos Limites da Lei —, passou períodos na prisão por suas atividades anarquistas, perambulou pelo país sem um tostão no bolso, foi internado em um hospício depois de tentar o suicídio pulando no rio Moldava, participou da Primeira Guerra Mundial ao lado das forças austro-húngaras, foi preso pelos russos, aderiu aos bolcheviques, foi bígamo, atuou como ator, produziu cerca de doze mil contos, artigos e reportagens, inventou animais quando trabalhou na revista Mundo Animal e faleceu na miséria em um hospital do interior da Boêmia, de complicações cardíacas. E bebeu, bebeu, bebeu, seguindo os passos de seu pai, um mestre-escola que morreu de alcoolismo quando Hašek tinha apenas treze anos. Foi eternizado, no entanto, por este As aventuras do bom soldado Švejk, que, baseado em parte em histórias de sua própria vida, é apontado como a obra escrita em tcheco mais traduzida, para cinquenta e cinco línguas, além de ter sido transportada inúmeras vezes para o cinema e teatro, uma delas servindo de inspiração a Bertolt Brecht. Quem primeiro chamou a atenção para o seu potencial literário foi Max Brod, responsável pela edição da obra de Franz Kafka, que, como fizeram mais tarde alguns críticos, o comparou a François Rabelais e Miguel de Cervantes.

Não foi fácil a vida do bom soldado em livro. Considerado “sujo e vulgar” para os padrões morais da época, as editoras não quiseram publicá-lo, obrigando Hašek a imprimi-lo por conta própria, em 1921, com a ajuda de amigos, e a vendê-lo, em capítulos, pelos botequins dos bairros populares de Praga, aqueles que não eram frequentados pela elite, nem a literária. Só em 1926, quando, já morto o autor, foi traduzido integralmente para o alemão e levado às telas, começou a merecer mais atenção. Uma atenção que, após a ocupação da Tchecoslováquia pelos exércitos nazistas, em 1938, levou o romance à fogueira, ao lado de textos de autores conceituados, como Thomas Mann e Stefan Zweig. A chegada ao poder dos comunistas, que consideraram As aventuras do bom soldado Švejk um livro popular e anti-imperialista, o reabilitou. Como escreveu Dias Gomes, nos anos sessenta, “Švejk é o homem em toda a sua pungente e primitiva humanidade, frente ao anti-humano das criaturas descarnadas e desossificadas pelo militarismo e a guerra”.

Em 2009, em uma dissertação de mestrado em Estudos Comparativos para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Kateřina Štĕpanková lembra que o crítico Jindřich Chalupecky se refere, ao analisar a obra, à “dualidade estilística da linguagem hašekiana”, onde, “tal como na estética do cabaré, o vulgar e o refinado se misturam, e o ritmo do texto, baseado na parataxe, associado à utilização de uma sintaxe simples e de uma linguagem praguense comum (…) aproxima o texto do estilo do contador de histórias popular. A linguagem praguense de Švejk é um tcheco influenciado pelo Handwerker Deutsch”, literalmente alemão artesanal, “salpicado de expressões e frases inteiras em alemão, mas sendo uma linguagem comum, falada entre tchecos ou em frequente contato com os alemães, que na época representavam uma parte importante da população”.

Não é ocioso lembrar que durante anos e anos os autores tchecos, inclusive aquele que alcançou maior notoriedade internacional, Franz Kafka, escreveram em alemão. Escrever na língua materna era quase uma ousadia política. Ao traduzir As aventuras do bom soldado Švejk procurei ser o mais fiel possível ao autor, mas tendo sempre a preocupação de não tornar o texto ilegível para o leitor, deixá-lo fluente. Os leitores tchecos do início do século XX entendiam perfeitamente o alemão, inclusive o “artesanal”, e por isso Hašek recorre com certa frequência a este idioma, sem traduzi-lo. Na maioria das vezes, optei por trazer o alemão para o português, e só o mantive, com uma tradução em nota, quando me pareceu essencial à preservação do traço mais marcante do livro: o humor. Agi da mesma maneira em relação às frases, mais raras, em húngaro e sérvio. Optei por preservar os nomes próprios e os gentílicos na grafia original, a não ser quando se tratava de cidades de todos conhecidas, como Moscou e Veneza. Não vi muito sentido em traduzir o nome do imperador austríaco Franz Joseph para Francisco José, o do alemão Wilhelm para Guilherme nem os de estabelecimentos comerciais, como não traduziria Copacabana Palace para Palácio Copacabana. O tcheco é rico em sinais diacríticos. Também preferi mantê-los.

A título de informação: ě é “ie”, como em iemanjá; š tem o som de “ch”, como em chave; č é como “tch”, em tcheco; ž é como “j”, em jato; ñ tem o mesmo som do “nh”, em manhã; ů é como “ú” em fútil; o ch é gutural, como “kh” em Khruschev. Chegamos, então, ao mais difícil para os estrangeiros, tão impronunciável como o til de mamãe: o ř, que é, como querem alguns, uma mistura, em um mesmo som, de r e j (rj) ou, outros, de r e z (rz), como no sobrenome do compositor tcheco Antonín Dvořák — Dvo-rjach ou Dvorzach. Impossível para muitos. Embora tenha vivido parte da infância e da adolescência em Praga e feito o então ginásio em escolas tchecas, comparei este trabalho com a tradução de Cecil Par

rott para o inglês (The Good Soldier Švejk, Alfred A. Knopf, Nova York) e de Monica Zgustova para o espanhol (Las aventuras del buen soldado Švejk, Galáxia Gutenberg, Barcelona), que me foram úteis na elucidação de inúmeros problemas que, como era inevitável, se apresentaram, e facilitaram minhas pesquisas para as necessárias notas de pé de página. Evitei, ainda, me estender explicando as várias e complexas regras dos diversos jogos de baralho que aparecem ao longo do texto.

Ao longo dos anos, foram muitas, centenas, as edições de Osudy dobrého vojáka Švejka em tcheco, literalmente “Destinos do bom soldado Švejk”, algumas vezes com o complemento “na Guerra Mundial”. Esta tradução foi feita a partir da edição de 2000 da editora tcheca Ottovo Nakladatelství. Preferi o título As aventuras do bom soldado Švejk. Por fim, gostaria de agradecer à colaboração de minha irmã, Maria Luísa Cabral, que também viveu seis anos na então capital da República Socialista da Tchecoslováquia, e à de Kateřina Kotiková, gentil tcheca radicada no Brasil. Voltando a Kateřina Štěpanková: em sua dissertação, ela cita o filósofo tcheco Karel Kosík, que disse, certa vez, que “as pessoas leem Kafka para interpretá-lo, e Hašek, para rir”. Espero que se divirtam, sem deixar de pensar, parafraseando Giuseppe Lampedusa, que é surpreendente ver como tanta coisa mudou no último século para que tanta coisa ficasse parecida.

Rio de Janeiro, março de 2012″

Para ler o livro em PDF: As Aventuras do Bom Soldado Sve – Jaroslav Hasek

 

Compartilhe:

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PrevAnteriorHistória da América

Palavras chave

Categorias

Total Results

Texto não encontrado

Todos os resultados

Outras postagens

Protegido: História da América

Leia mais »

Teste de post sobre material didático

Leia mais »

Post teste

Leia mais »

Origem do Nome Deveza

Leia mais »

Apresentação

Leia mais »

Origem do Nome Deveza 3

Leia mais »

Rose Araujo

Leia mais »

O Ateliê Deveza na década de 1980

Leia mais »

Entre em contato por e-mail

PrevAnteriorHistória da América

Repositório pessoal de História e materiais didáticos organizados por Felipe Deveza

Links Rápidos

  • Sobre
  • Material Didático
    • História da Arte
    • História Contemporânea
    • História da América
    • História do Socialismo
    • Ensino Médio e Enem
    • Ensino Fundamental 2
  • Devezada
    • Chlau Deveza
    • Raul Deveza
  • Sobre
  • Material Didático
    • História da Arte
    • História Contemporânea
    • História da América
    • História do Socialismo
    • Ensino Médio e Enem
    • Ensino Fundamental 2
  • Devezada
    • Chlau Deveza
    • Raul Deveza

Política de Privacidade

Contato

  • email@gmail.com

Assine nossa newsletter​

Maecenas tempus diam a interdum mattis. Vivamus varius blandit enim, nec interdum tellus.

© 2025 Deveza. Todos os direitos reservados
Facebook-f Twitter Linkedin-in Instagram Telegram

Site desenvolvido por: Michael Dalia